quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fanfic Steloisa #08

Stenio e Heloisa estão vivendo um período de paz. Mesmo não estando mais na “fase de teste” ele ainda tem recaídas. Às vezes um beijo, às vezes um vinho. Tudo muito natural, sem cobranças ou seriedade, até porque eles não estão tendo tempo para isso. Suas vidas estão no meio de um fogo cruzado. Helô com todos os problemas da PF, Morena e Drika ainda ganhou outro peso para carregar. Peso este que Stenio vive dentro de sua própria casa. Este “peso” tem nome, é o caso da Aisha.
Berna e Mustafá não sabem mais o que fazer para conformar a garota, que sonhou a vida toda em conhecer a família biológica, mas não ficou satisfeita com a da favela. Tudo que a menina turca mais odiava era aquele ambiente, aquele tipo. Porem o destino falou mais alto e deu-lhe um golpe. Cabia a Helô ajudar, afinal ela que tinha estourado aquela bolha de mentiras que Berna fazia questão de proteger, junto com Wanda.
Com tantos problemas, eles só pensam em soluções soluções soluções. Nem as investidas diárias de Stenio estão acontecendo mais. Entre tanto eles contam com uma madrinha que mais ninguém tem igual. Creusa!
A empregada, sempre preocupada com o casal de patrões, resolve dar uma forcinha, pois andava meio displicente neste quesito “cupido de ser”. Ela conversa um pouco com a patroa, que nem dá bola para seu papo de “deixar de pensar no outros e pensar em não ficar mais sozinha”  ou “não deixar o D. Stenio escapar novamente”, coisas do tipo.
H: Creuza, tu fala demais, mulé! – Era só o que a delegada respondia, cortando e encurtando o papo.
Mas Creusa é porreta e não deixa por menos, resolve fazer uma surpresa.
Já se passam das 23hs, quando Helô e Stenio chegam em casa. Eles haviam saído para ajudar Berna e Mustafá a procurar Aisha. A garota havia fugido após ouvir a discussão dos pais. Os dois casais passaram 3 horas procurando-a, mas nada adiantou. Mustafá prestou queixa na delegacia, com a ajuda de Helo, mas a polícia só podia agir com 24 horas de desaparecimento.
Após tranquilizá-los, afinal Aisha já é maior de idade, Stenio e Helô voltam para o apartamento. Stenio vem dirigindo o carro.
S: Helô, você acha que a Aisha pode ter ido lá pro Alemão?
H: Acho muito pouco provável, Stenio. A Aisha não estava suportando estar lá, ficar lá. Imagina se refugiar lá... Mesmo assim, não sei, vou ligar para a Lucimar. Ela pode me responder com mais calma. – Helô pega o celular – Alô, Lucimar? Você está bem? E a Jéssica? Tudo calmo por aí?
L: Ta tudo na paz D. Helô. A Jessica ta dormindo como um anjinho. Ta tudo muito tranquilo, estamos todos aqui em casa. Eu, Neuma, Junior e a Delzuite. Ela ta to feliz, D. Helô. Tá até mandando um abraço pra senhora.
H: Ah! Ela tá aí, é? E ela não recebeu nenhuma visita não? Aham... Aham... Ta certo. Não, não, nada.  Eu só liguei para saber como vocês estão mesmo. Beijo. – Helô desliga o celular e concretiza sua ideia que Aisha não iria para o Alemão. – Os dois seguem para casa, conversando sobre o acontecido.
Ao chegarem estranham a casa totalmente escura. Helô liga a luz do abajur e saca um bilhetinho de Creusa.
“D. Helô, Marquei com a Niucéia para irmos a gafieira. Se lembra que a senhora tinha dito que deixava eu ir, qualquer dia desses? Pois sim. Eu deixei tudo prontinho. Janta que o D. Stenio mais gosta. Seu vinho preferido. Bolinhos de queijo e o quarto ta todo cheiroso. Agora a senhora me deixe D. Stenio escapar de novo ,viu? Vixi. Xero, Creusa.”
Após o término da leitura, Helô cai na gargalhada. Stenio fica sem entender até roubar o bilhete da mãe da ex, que sai correndo atrás dele, mas não consegue impedi-lo de ler e rir também. Eles acendem o resto das luzes e veem a super  produção da empregada.
Haviam velas aromáticas por toda a casa. Helô ascende algumas e se senta para jantar. A comida ainda estava quentinha, sinal que Creusa acabara de sair. Stenio põe uma músiquinha leve e se senta ao lado da sua amada.
Eles jantam tranquilamente. O clima estava tão bom, que esquecem da noite estressante que tiveram. O pato com laranja estava uma delícia e o vinho, raríssimo só abrilhantava mais ainda a noite. Todavia aos olhos de Stenio, nada era mais brilhante e maravilhoso quanto Helô. Calma, relaxada, sorridente. Daí sua ficha cai e ele se lembra que precisa voltar a investir na relação dos dois. Ele passa sua mão por cima da mão dela, que estava posta sobre a mesa, fazendo carinho.
S: Estava tudo delicioso, não foi? – Ela apenas sorri, confirmando – E agora? O que fazemos?
H: Bem, você eu não sei – Se levantando devagar e levantando os cabelos, deixando a amostra seu pescoço – mas eu vou para minha caminha – boceja – preciso descansar...
S: Ah, não. Helô! A Creusa teve tanto trabalho para fazer isso tudo – Heloisa segue caminhando para seu quarto, devagar, e ele a segue – Não vamos desperdiçar todo esse carinho, não é? – Ao chegar na porta de seu quarto, ela vira e olha fixadamente para Stenio.
H: E quem disse que nós desperdiçamos? Já jantamos, Stenio, ficou maluco? – Ele se aproxima e sussurra.
S: Não estou falando somente do jantar. – Ele vai se aproximando cada vez mais - Estou falando da oportunidade de estarmos sozinhos – A delegada vai dando pequenos passos para trás, tentando se afastar da tentação que conhecia como Stenio. – De sair para deixarmos mais à vontade e ... nossa!
Stenio, que estava de frente para o quarto arregala os olhos, surpreso, e chama a atenção da ex, que até então estava de costas para a surpresa principal da noite. Creusa arrumara o quarto com fotos do casal espalhadas por todos os lugares. Sobre a cama estava o principal, o álbum de casamento, com pétalas de rosas em torno. Também haviam velas e flores. Helô se surpreende igualmente e fica com os olhos marejados.
H: Stenio, olha só isso! – Ela corre ara ver tudo – Stenio, ainda em choque, anda devagar pelo quarto, apenas observando.
S: Nossa, ela nem me chamou para ajudar desta vez. Caprichou mesmo!
H: Essa Creusa não perde tempo... Vem cá, Stenio! Olha isso! – No álbum de casamento estavam coladas algumas cartas da época de eles namoravam.
“Você é a mulher da minha vida. Nunca quero ficar longe de ti. Heloisa Sampaio ALENCAR” – Stenio
“Meu futuro advogato, te amo. Você é o homem da minha vida” – Sua Helô
“Feliz aniversário, minha Helozinha. Te amo sempre” – Stenio
H: Nós éramos tão inocentes. Achávamos que a vida se resumia a isso. Troca de amores, palavras... mas foi tudo tão dife...
S: Não, Helô. Não foi diferente. Vivemos momentos únicos. Nos amávamos sinceramente, aliás, ainda nos amamos! Só você que não admite mais. Cadê aquela menina que escreveu esta carta aqui? :
“Stenio, meu grande amor. Hoje sonhei novamente com você. Estávamos na minha posse para delegada federal. Eu era a mulher mais feliz do mundo! Eu tinha você e meu sonho realizado. Como posso querer mais alguma coisa nesta vida. Te amo Te amo Te amo. E sempre será assim. Beijos. Sua Helô”
Stenio percebe que Helô não esboça nenhuma reação, parece travada/chocada/nostálgica, um mix de emoções. Ele se senta ao lado dela, na cama. Tira o álbum de suas mãos – ela ainda sem reação – a levanta. Os dois ficam bem próximos. Apenas se ouvia suas respirações. Se olhavam sem piscar, o coração batia cada vez mais forte e acelerado.
Stenio passa a mão pelo rosto de Helô, delicadamente. Ela fecha os olhos e permite o carinho. Ele resolve continuar. Com a outra mão a envolve pela cintura e puxa-a para si, em um movimento forte e seguro. Ela suspira e abre os olhos. Eles sorriem em sincronia e se permitem um abraço. Um abraço que significava o perdão, as lembranças boas e ruins por qual passaram, o amor, a paixão, o desejo e, principalmente, a saudade que sentiam. 
Helô quase chora, mas se controla. Toma forças e diz ao ouvido dele:
H: Stenio, aquela menina ainda está aqui, mas agora ela é uma mulher. E eu posso afirmar com todas as letras que... – Ela toma ar e coragem, mas não fala nada.
S: Continua, meu amor. Eu to amando sua voz roquinha, falando tudo que eu sonho ouvir a tanto tempo... – Ele põe o cabelo dela para atrás da orelha e faz carinho em seu rosto.
H: Eu – Te – Amo! – Fala pausadamente e sorri ao terminar, aliviada, como se todos esses 10 anos que ficou afastada dele, mesmo tantas vezes querendo apenas estar ao seu lado, tivessem sido esquecidos e que a mesmo paixão forte e pura de antes regrassasse. – Eu te amo, muito, verdadeiramente, mesmo que você seja um galinha, enrolador, safado!
S: Obrigada pelos adjetivos carinhos, eu gosto bastante de ouvir minha qualidades...
H: ah Stenio, cala a boca e me beija logo, vai! – Eles sorriem e se beijam.
Beijos carinhosos, cheios de amor, ternura, paixão e desejo. Não era igual ao amor de 10/20 anos atrás. Era maior, melhor e amadurecido. Os corpos colados sobre o lençol, ainda cheios de pétalas vermelhas. (Creusa havia dito na carta que o quarto estaria cheiroso, e estava. Completamente envolvido com cheiro de rosas). Eles não falaram mais nada naquela noite, apenas se saciaram muitas e muitas vezes, saciaram a necessidade de serem um só. Agora, mais que nunca, era certo que se amavam e que podiam seguir juntos, passando por cima de todos os obstáculos. Pois juntos eram mais fortes, completos. Eram um só... Era STELOISA.



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