O casal Steloisa logo vê a cena, Jorge havia derramado a
bebida em Maitê, e ficam boquiabertos. Stenio ri e é repreendido pela mulher,
que prende seu sorriso. Mesmo sem entenderem muito bem o acontecido, correm
para a mesa onde os amigos se encontravam. Maitê estava sem reação. E Jorge parecia
um pouco bravo com a presença de um terceiro na mesa. Ricardo!! Mas o que ele
fazia ali? Quando tinha chegado? Ele estava envolvido? Não houve tempo para
respostas. Maitê puxa o braço da amiga e a leva até o banheiro, parecendo muito
contrariada, deixando os outros para trás.
H: O que aconteceu, Maitê? – Entrando no banheiro e se
soltando da amiga. – Você pode me explicar? – Maitê andava de um lado para o
outro.
M: Ele é maluco, Heloisa, maluco! – Agora se olhava no
espelho, percebendo seu vestido com a barra toda molhada do drink. – Olha meu
vestido!
H: Por que ele fez isso? E o Ricardo? Ele tá lá há muito
tempo? – A amiga demora um pouco, parecia aérea, mas a delegada está curiosa e
apressada. – Fala Maitê!
M: Foi assim, amiga. – Respira, tentando se acalmar. – Eu estava
com o Jorge, esse amigo “gato” que você me prometeu – Helô tenta não ri,
prendendo os lábios. – É... pode rir, mocinha, essa você me paga. – Ri também. –
Continuando... Tentei não me prender em aparências, e tal, mas o papo também
não foi nada bom... Amiiiiga o homem não o mínimo de compatibilidade comigo, se
acha o máximo – Elas riem.
H: Mas fala logo o que geral aquela cena que eu vi.
M: Então, eu estava tentando me sair e ele insistindo, foi
quando o Ricardo chegou. Eu fui falar com ele, toda simpática, cheia de
saudades – gesticula com as mãos – toda toda – ri. – Mas o Jorge não gostou, se
sentiu ofendido...
H: Não... INACRE.
M: Pois é. Irritadinho todo, disse que não podia ficar ali me
vendo dar bola para aquele cara (Ricardo) e que estava se sentindo excluído, e
não sei o que lá... – Heloisa parecia não acreditar no que ouvi. – Ai, no meio
da ceninha dele, derrubou o drink em mim e fechou a cara! Você acredita nisso?
H: Não! Meu Deus, Maitê. Eu to com vergonha de ter te
apresentado esse cara, se bem que eu nem o conhecia também, mas o Stenio jurou
para mim que ele é O cara... Esse Stenio...
M: Não, Helô, não culpa o coitado do Stenio – Helo olha para
a amiga, indignada. – Não! Ele não teve culpa. Ele não via esse tal amigo há
anos!
H: É, isso é mesmo, mas... – Maitê dá sinal para ela parar
de falar. – Ta certo, não vou mais estender esse assunto. Mas... E agora?
Ricardo e Jorge lhe esperando lá fora... Vamos?
O jeito era sair, a final elas não poderiam passar o resto
da noite ali. Helô segura a mão da amiga, dando-lhe força, e elas seguem a
caminho do salão. Chegando lá veem apenas Ricardo e Stenio. Estranham, mas
preferem assim. O advogado pede desculpas à Maitê e explica que Jorge não
estava passando por uma boa fase, que não imaginava ele assim, que não se viam
há muito tempo, que... que... Mil desculpas, que logo Heloisa tratou de cortar.
H: Tudo bom, Ricardo? – Mudando de assunto.
R: Ô, Helô, tudo bem? – Cumprimenta a colega com um abraço,
deixando Stenio E Maitê desconfortáveis.
Maitê não acreditava que existia algo entre eles, mas seu
inconsciente (de tanto ouvir histórias e os ciúmes de Stenio) não gostava muito
da cena. Já Stenio... Stenio era despeito mesmo!
S: E agora? O que vamos fazer? – Se coloca entre os
policiais, sorrindo para a delegada, que não retribui.
M: Vamos embora?
R: Mas já? Eu acabei de chegar. É não vai embora por minha
causa, não é. – Ricardo pega a mão de Maitê, deixando-a sem graça e fazendo o
clima mudar. – Que tal estendermos a noite? – Ele percebe os olhares de Stenio
e Helô – Podemos sair nós 4 para um restaurante legal.
M: Seria ótimo! O que vocês acham? Vamos Helô!!!
No início a delegada recusa, mas a insistência da amiga a
vence e eles seguem para o restaurante mais próximo. Chegando lá, esperam
alguns minutos para conseguir uma mesa, o lugar era bastante procurado por ter
uma ótima comida japonesa. Enquanto esperam pode-se notar o comportamento
oposto dos dois casais. Maitê e Ricardo, quase reatando o namoro, conversam
bastante entrosados, riem e trocam olhares apaixonados. Já Stenio e Heloisa
trocam farpas, olhares maliciosos,ironias, tapas e beijos roubados, sempre por
Stenio.
S: Que demora.
H: Não reclama, Stenio. Você demora mais tempo no banho do
que a gente passou nessa fila – ela ri. – O garçom chega, guiando-os até a
mesa.
S: Ah, Helosinha – Ricardo e Maitê segue na frente, assim
que Helô vai atrás é puxada pela cintura. – Você é muito dura comigo... – Fala no
ouvido dela, deixando-a mole. – Por que você é dura desse jeito comigo, hãm? –
Ela se derrete, mas logo volta a si e o empurra com o bumbum.
H: Sai pra lá, Stenio. Olha o excesso de intimidade, ainda
mais em público. – Desfila até a mesa, rindo e provocando ainda mais o
namorido.
A música ambiente é muito calma e doce. O sushi estava
divinamente saboroso. E o saquê estava tão bom que Helô tomara vários, tanto
que Stenio já estava ficando preocupado. Ricardo sempre fazendo as duas rirem
ou suspirarem (até Helô, alegrinha do modo que estava), deixando Stenio com
raiva e/ou ciúmes. Mas ele, que não gosta de ficar por baixo, logo faz algumas
piadas e rouba uns sorrisos rápidos de sua amada.Parecia até uma competição, da
qual Ricardo estava ciente e gostando de participar. Apenas os dois homens
falavam n mesa, elas apenas riam... Assim ele passam a noite, uma noite calma,
relaxante, harmoniosa e “em parte” romântica.
Chega a hora de irem para casa. Ricardo chama o garçom e
pede a conta, porém na hora de pagarem surge outra competição/confusão para
decidir quem pagaria. Stenio bate o pé para que seja ele, Ricardo faz o mesmo e
assim permanecem por alguns instantes, até que Maitê ri e aponta para o lado,
chamando a atenção deles. Eis que está Heloisa, com a conta paga e uma cara de totalmente
satisfeita, vitoriosa.
H: Vocês FALAM demaisss. – Ela ri, junto à Maitê.
S: Não acredito que você fez isso, Helô.
R: Nós estávamos resolvendo, eu iria pagar...
S: Não! Eu... – Mas é interrompido por ela.
H: Ta ta ta ta, na próxima vocês pagam.
M: Bom, então vamos? – se levantando.
H: Não, amiga, eu pedi uma saidinha para nós brindarmos,
senta aí.
R: Bem, antes, me deem licença, vou ao toalete. – Assim que
Ricardo levante Stenio o imita e retira uma gargalhada de Helo.
A saidera chega à mesa, logo Helô pega seu saquê e vira de
uma vez só. Stenio tenta controla-la, mas não consegue conte-la. O gesto dele
acaba fazendo parte do liquido cair sobre a blusa da delegada, irritando-a
profundamente.
H: Stenio!!! Olh o que você fez!!
M: Eita, vai virar costume esses homens derramarem bebida na
gente – ela ri, enquanto Helô se levanta e segue em direção aos banheiros.
Helô costura o salão até chegar ao seu destino, deixando
Maitê e Stenio incrédulos e sorrindo com a cena. Chega em frente ao espelho,
que tinha do lado de fora dos dois banheiros (masculino e feminino) e passa um
papel molhado no decote. Se olha e começa a falar sozinha (lembrando que ela
estava bastante felizinha).
H: Tá vendo você, vai dar bola para o papo do Stenio... –
Faz bico. – Só porque ele é TUDODEBOM Rá! – Ria da própria loucura. – E o
Ricardo... UOU... O Stenio morre de ciúmes dele, mesmo sem eu nunca ter
esperimentado... – continua rindo e se olhando, de repente Ricardo aparece do
seu lado.
R: Está falando de mim? – Se encosta no espelho, rindo.
H: Ricardo!! – Ri. – Eu? Você ouviu o que? – Se encosta a
pia, se aproximando um pouco do delegado e brincando com o olhar de
interrogadora.
R: Só o meu nome mesmo...
Eles sorriem, o clima era de brincadeira, como um interrogatório
policial mesmo. Apesar de Heloisa já ter bebido muito e seus pensamentos não
estarem muito puros, ela não cogitaria NUNCA a opção de ter algo com o
delegado. Mas...
R: Helô, você está bem alegrinha, né?
H: Por que? Ta dando para perceber é? Ráaaaa – Neste momento
ela escorrega e cai nos braços do delegado.
Eles, nervosos, se olham fixadamente. Uma mistura de
vergonha, cansaço, álcool e curiosidade invadem os dois. Ricardo, mesmo
interessado por Maitê tem uma certa vontade de beijá-la. Já Helô, totalmente
fora de seu normal, até sentia uma curiosidade, mas isso estava completamente
fora de seus valores. Ricardo levanta-a devagar, os corpos estava muito
próximos, eles até podem sentir seus cheiros. “Que tentação”, pensa ele. Helô
morde o lábio superior, pensativa. Não se sabe como um beijo acontece. Sem
nexo, amor, vontade ou qualquer pingo de
sentimento.
S: Helô!?- Stenio e Maitê, depois de estranharem a demora de
ambos, vão atrás e presenciam o maldito beijo.
Continua...
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