S: Helô, nós não íamos encontrar a Maitê? - Fala se segurando para não arrancá-la dali
e desistir do encontro.
H: Meu Deus!! – Coloca as mãos na cabeça e tenta se
recompor. – Stenio, olha o que você fez!!
S: Eu?
H: Você sim! Fica me provocando... – Abre a porta e o puxa
para fora bruscamente. – Bora boraa boraa!!!
O casal, com pressa, segue para a boate para encontrar Maitê
e o amigo de Stenio, que já lhes esperavam à 30 minutos. No caminho Stenio
sorri com a raivinha de Helô. Mesmo sendo culpado e recebendo reclamações por
causa do atraso, ele se diverte.
H: E olha minha maquiagem, meu batom... – se olha no
espelhinho do carro. – tá todo borrado.
S: Ahh... Isso eu assumo, é culpa minha mesmo. – Gargalha e
leva uma tapa no ombro. – Aii Helosinha...
Eles finalmente chegam no local. Uma boate bastante
movimentada, onde Helô e Maitê costumava ir há bastante tempo. Logo avistam a
designer na porta, com uma cara de preocupada. Se aproximam dela, com uma certa vergonha, e
tentam se desculpar.
M: O que aconteceu, Heloisa? Eu estou aqui à mais de 25
minutos.
H: Oi amiga – Dá um beijo nela. – Desculpa, me desculpa
mesmo. – Se vira para Stenio – É tudo culpa desse ai! – Ele faz cara de vítima.
– Vaidoso...
M: Sei... – Olha para ela apertando os olhos, já imaginando
o que houvera acontecido. – Vamos entrar então?
S: Sim, vmos. Já liguei para o Jorge, meu amigo dos tempos da
faculdade, ele já está lá dentro.
H: Hum... O Stenio disse que ele era um gato, tipo que todas
as garotas da Faculdade eram loucas por ele... – Olha para Maitê, sensualizando-a
de brincadeira.
M: Ui, é hoje. – Elas gargalham juntas e entram na bote.
Os três entram, curtindo muito a música, se sentam em uma
das mesas e já pedem a bebida. Stenio as deixam sozinha e vai procurar seu tal
amigo. Ela, então, aproveitam para por o papo em dia.
M: Amiga, esse atraso de vocês tem nome, né?
H: Rá. – Toma um pouco do seu drink, desfassando.
M: Eu sabia!!
H: Ai, Maitê, ele gosta de provocar...
M: E você adoooora isso. – Ela riem. – Não consegue se
controlar quando tá com ele, que eu já vi.
H: Não é para tanto, Maitê.
M: Ai Heloisa, você é muito dura, categórica. Relaxa, vocês
estão praticamente casados, já ta na hora de você amolecer e assumir que está
totalmente apaixonada por ele.
H: Como é que é? Tu bebeu, né? – Olha para o drink da amiga,
sorri e corrige a frase. – Errr mal começou a beber e já ta assim.
M: Não vem com essa não...
H: Tá bom, você quer ouvir loucuras? Quer ouvir o que? Que
Eu amo... - Ele aparece do lado dela,
mas a delegada não percebe-o. - Sou completamente, loucamente apaixonada pelo
Stenio. Não vivo sem ele... – Revira os olhos e gesticula com as mãos,
exagerando nos movimentos. – Ai ai ai... – Ela ri e Maitê aponta para Stenio. –
Ah! Stenio, que susto.
S: Que lindo, meu amor. – Se aproxima dela. – Não é todo dia
que se escuta uma declaração dessas da mais durona delegada da polícia federal
do Rio de Janeiro... – Tenta beijá-la, mas ela vira o rosto e o beijo atinge a
bochecha.
H: Não se anima muito não.... – Volta para o posto de
delegada firme. – Esse é o Jorge? – Olha para o amigo dele, que estava ao seu
lado, e sorri.
S: ô! Sim. Helô, Maitê, esse é o Jorge, meu amigo dos tempos
da Faculdade. – Jorge cumprimenta as duas e se senta ao lado de Maitê.
Heloisa tenta segurar a risada e olha para Maitê, que
parecia desesperada por dentro. Tudo por causa da ilusão que Stenio havia posto
em relação ao antigo amigo. Jorge era um homem alto, careca, gordo, com um
bigode enorme e cheirava a cigarro com álcool. Não chamava a atenção de nenhuma
mulher da pista, mas Maitê tenta superar a aparência e focar no lado interno do
homem que parecia estar bem interessado nela. Jorge e Maitê começam a conversar
e , para deixá-los mais à vontade, Helô e Stenio vão para a pista de dança.
Muito envolvidos, Heloisa e Stenio esquecem dos amigos.
Agora tocava uma música lenta, eles colam seus corpos, Helô enrola os braços
pelo pescoço do namorido e suspira, ele sorri e a conduz. A música os lembra os
primeiros anos de casados, quando saiam muito para dançar, curtiam a noite
toda. Stenio desliza o rosto até ficar de frente para a delegada. Encostam testas
e narizes. Ela fecha os olhos e respira fundo.
H: Tão bom... – Ele sorri junto a ela.
S: Tão bom o que?
H: A gente aqui, juntinho, sem ter os problemas do mundo
externo nos enchendo...
S: Por mim, passaríamos a vida toda assim...
H: Você não iria cansar de passar a vida toda aqui na pista
de dança, não?
S: Não – Ele ri e se aproxima para beijá-la, já com medo
dela recuar, põem Helô não recua. – Hum... – Quando o beijo iria se iniciar,
ele se assustam com um leve grito de Maitê.
M: aaaah!
Continua....
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