terça-feira, 11 de junho de 2013

Fanfic Steloisa #05 - Parte 2

Destarte lhe bate um desespero imenso. Mesmo estando dentro d’água, sente suas mãos suarem, seu coração acelerar e um medo imenso tomar conta de si...
Olhava para todos os lados, buscava em cada rosto o semblante mais belo, o de Heloisa. Nada, nada, nada. Repirar fundo, mergulhar... Respirar fundo, tentar manter o controle... Respirar fundo, chamá-la... Respirar fundo, onda lhe leva para o raso... Respirar fundo, vê alguém mexendo em suas coisas, na areia... Respirar fundo, onda passa por cima dele... Respirar fundo, não estava mais lá... Respirar fundo, será que ela foi embora sem mim?
Stenio, entre incansáveis braçadas, esbarra nos banhistas e acaba encontrando uma salva-vidas. Carmem, seu nome, que por coincidência era cliente dele. Uma bela loira, alta, magra, que carregava um belo par de olhos verdes.
S: Carmem! – A cumprimenta, surpreso. – Quanto tempo!?
C: Como vai, Stenio? – O abraça. – Pois é, muito trabalho, graças a Deus.
S: E nenhum inconveniente, não é?
C: Nenhum – Ela ri e repousa a mão sobre o ombro dele. – E você? Como está?
S: To bem, ótimo. Pelo jeito você também . – Stenio nunca deixava de lado o seu jeito galanteador-de-ser. Mesmo estando em qualquer relacionamento, ele abusava da simpatia e boa pinta, o que deixava Helô altamente irritada, possessa, na verdade ela... Helô! Meu Deus! Stenio praticamente esquecera dela. A salva-vidas percebe sua mudança de semblante e pergunta.
C: Tá tudo bem, Stenio. – Se aproxima mais ainda dele. – Você parece preocupado, aconteceu alguma coisa? Posso te ajudar?
O advogado inspira,aflito, ninguém seria mais adequado para pedir ajuda, porém neste momento uma onda enorme os cobre. Em meio à tanta água, sal e sargaço, Stenio e Carmem acabam rolando juntos (com os corpos bem juntos) até a areia. O advogado, colado ao corpo da cliente, tosse sem parar, parecia engasgado, havia engolido muita água. Carmem desgruda os corpos e começa a fazer os primeiros socorros. Muitas pessoas se juntam em volta deles. Ela, então, começa a fazer massagem em seu peito.
X: Ele morreu? – Grita uma das pessoas.
C: Não. – Suspira, preocupada. – Terei que fazer respiração boca a boca.
X: Nele? – X percebe que o advogado estava mais fazendo drama, do que morrendo mesmo.
C: Clar... – Não termina nem de falar, já começa a fazer.
X: Cachorro... Uepa!! – A “pessoa” pula ao lado da salva-vidas e a empurra. – Aí já é demais, né minha quiriiiida? – Acho que não preciso nem dizer de quem se trata.
C: Mas senhora, ele precisa respirar! Tenho que fazer a resp...
H: Ele não precisa de respiração boca a boca coisa nenhuma... – Ela gesticula com as mãos. – Isso aqui é um dramático de carteirinha!
C: Senhora, ele vai morrer. – Pausa – Olhe como está engasgado, sufocando...
H: Então deixa que eu o ajudo – Sorri ironicamente - Stenio! Para de palhaçada! – Helô o levanta e bate forte em suas costas e peito. – Conquistador barato! – Tapa. – Safado – Tapa. – Cachorro...
S: Tá bom! Tá bom! Já parei, Helozinha – Ele “acorda” e levantas as mãos, se rendendo. – Mas ela não cede, pelo contrário, quando vê que é verdade o enche de mais tapas e xingamentos, afastando o povo, que não paravam de rir daquela situação.
H: Mas tu é muito safado mesmo, né?
S: Helô... – Segura suas mãos, a trazendo para perto de si. – Para!
Helô o olha no fundo dos olhos, um olhar penetrante, parecia que podia ver dentro de seu ser. Ele, no entanto, não precisava ir tão longe, pois logo pode ver a angustia, magoa e ciúme, muito ciúme, que a transbordavam. Respiram, respiração forte e ofegante; continuam se olhando, olhos intensos e feridos; Não se mexem, ficar fincado na areia parecia que sustentaria os dois corpos doídos, doídos por dentro e por fora. Balbuciaram algo, mas não era necessário entendimento, todos os sentimentos estavam claros, mas só eles...
C: Não to acreditando, Stenio!? – Interfere o momento dos dois. – Você estava fingindo esse tempo todo?  - Desviar o olhar? Nem pensar! Continuaram ali. - Você não muda mesmo, não é? Toda essa cena pra me roubara um beijo! Hahaha Como das outras vezes... – Helô vira-se.
H: Outras? Vezes? – Olha para ele. – Outras?
C: Quem é essa, querido? – Encosta a mão no peito de Stenio, como quem cuida de alguém, mas com segundas e terceiras intenções. – Quem é você? – Helô enche o peito de ar, a fuzila com o olhar e... E nada, pois é interrompida por ele.
S: Calma Heloiza...
C: Pois é, querida, calma. Ele já está melhor agora. – Sorri sínicamente. – Helô, não suportando mais aquela situação, dá a volta em Stenio e segue para o calçadão, mas ele a segura o braço.
S: Calma, Helosinha... Eu posso explicar...
H: Helosinha um ca... – Se controla.
C: Nossa, que desequilibrada. - Helô bate o pé, mas Stenio está lhe segurando. - Ai... Fui, Stenio. Depois você me liga, né? – Pisca para ele e sai.

S: Helô... – Abaixa a cabeça, procurando palavras. Ele sentia uma imensa alegria em vê-la sã e salva, mas estava atormentado com a cena seguinte, onde Carmem e ele rolaram pela areia. – Eu juro que não é o que você tá... – Ué? Ela sumira. Novamente...


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