terça-feira, 2 de julho de 2013

Fanfic Steloisa #11

Tudo na perfeita paz e harmonia. A família Sampaio Alencar viva uma fase de total amor. Todas as atenções voltadas à Drika, da maneira como ela sempre adorou. A gravidez foi em perfeitas condições. Graças a Deus, o casal problema deixou de fazer loucuras. Agora até Pepeu está trabalhando. Os avôs, cada dia mais apaixonados, até parecem os próprios pais da criança. E quando descobriram que era um menininho a coisa só piorou. A final, Stenio sempre quis um garotão para ensinar a ser pegador, assim como ele. E Helô, a oportunidade de um companheirinho, o que Drika nunca foi para ela.
Drika já estava com 9 meses, o parto iria ser Cesário, e estava marcado para a semana seguinte. Então a delegada, nervosíssima, resolve ver (pela milésima vez) se estava tudo em ordem na mala que a filha iria levar para o hospital. Helô, que não trabalhara naquele dia, chama Creusa e Stenio, que estava morando com ela, para ajudar.
H: Fraldas? – Olhando e marcando em sua listinha.
S: Ok. – Ele se espanta com a quantidade de fraldas – Meu deus!! Um bebê tão pequeno, pra quê tanta?
C: O bichinho é pequeno, mas produz muito, D. Stenio... – rindo e tampando o nariz, fazendo todos rirem também.
H: Chupeta, Talco, pomadinha?
C: Ta sim!
H: Chuquinha, mamadeira, aquela pequenininha?
C: Oxi, tá aqui já! – Com um enorme sorriso.
H: E o macacãozinho amarelo? Aquele que eu comprei para a saída da maternidade, cadê?
S: E... Esqueci! – Bate a mão na testa e corre para o quarto.
H: Não pode esquecer, Stenio! –O segue até o seu quarto.
C: Vixi Maria! É um estresse... Mas sim! – Creusa continua a arrumação da mala, pois já sabia de cor aquela história, no nascimento de Drika fora a mesma coisa. Ela termina a mala e vai para a sua cozinha.
No quarto, Helô briga com Stenio, como de costume (eles amavam as briguinhas). O advogado adorava irritar a mulher, o excitava. Eles estavam vivendo como marido e mulher, mesmo não tendo se casado novamente, moravam juntos e viviam em lua de mel. Ele fingia não encontrar a roupinha, mas já tinha uma intenção oculta...
S: Helô!! Helozinha. Me ajuda aqui!! – Ela aparece atrás dele, o assustando. – Que susto, Helô! – Põe a mão no peito, caindo para trás, no canto do closet.
H: Não é poSSÍvel... – Ela ri ao ver Stenio no chão – Você é INACRÊ!
S: Me ajuda, acho que coloquei a caixa dele aqui por baixo... – Ela se abaixa e procura também.
H: Você tem certeza que colocou aqui? – Vasculhando as coisas – Tem mesmo, Stenio? – Ele se aproxima do pescoço dela, tira o cabeço e a cheira. – Para, Stenio... – Se arrepiando. Ele continua – Ta fazendo cosquinha , Stenio. Para... – Ele ri e continua, agora percorrendo todo o pescoço. – Stenio, foco! Precisamos achar o macacão! – O afasta e continua a procurar. – Ele insiste. – Stenio! Pow! – Olha-o contrariada- Eu vou parar de te ajudar a procurar!!
S: Não precisa mais procurar, Helosinha... – A abraça, virando-a para ele.
H: Para, eu não gosto que você me chame de HE-LO-SI-NHA. – Falando “sério” e “brava” e se aproximando dele.
S: Gosta sim! Mentira sua... – Se aproxima mais ainda do seu rosto, falando suavemente.
H: Para, Stenio. – Se afastando e ele insistindo. – Não, não... – Um selinho e volta. – Pa-para. – Mais um selinho. – Tenta se levantar no meio dos selinhos, mas acaba caindo. – Aiii – Stenio cai por cima dela e os dois riem.
O casal nunca esteve tão bem. Parece que o tempo que estiveram separados só aumentou o que sentiam, intensificou e amadureceu.  Estavam conectados. A gravidez da filha contribuiu muito para a relação dos dois, mas a ideia de se casar novamente estava longe de ser aceita. Helô decidiu que morar junto seria o melhor, e como a ultima palavra era sempre da delegada, Stenio concordou. Mas ele não desistia de tentar amolecê-la.
S: Você vai ser a vovó mais linda desse mundo, sabia? – Por cima dela, no chão.
H: E você o vovô mais mentiroso. Rá. – O beijando no canto da boca.
S: Você acha que eu to mentindo? – Se levanta e a puxa, levando-a até a frente do espelho. – Olha ali – Fica por trás dela e aponta para seu reflexo no espelho.
H: O que? – Fingindo não entender.
S: Ta vendo aquela pessoa maravilhosa ali? – Aponta para o espelho -  Além de linda, cheirosa, - a cheira no pescoço – bem sucedida, durona, doce, totalmente incrível? – Ela sorri e suspira – Então, você ta do lado dela! – Faz careta, aponta para si começa a rir.
H: Cachorro! – Dá um soquinhos no peito dele.
S: Ta certo, ta certo... – Põe as mãos para cima, se rendendo. – É você!
H: Convencido! – Ela ri, junto com ela.
S: Você ainda não viu nada – A vira e pega em sua cintura. – Eu vou te mostrar – Joga-a na cama e vai se aproximando.
H: Stenio... – Com uma voz manhosa. – Não... – Ele faz que sim com a cabeça – Não... – Repete o gesto chegando cada vez mais perto. – Temos que terminar a mala do bebê... – Deita-se por cima dela, de leve, se apoiando nos braços. – Nã... – Morde o lábio inferior.
S: Tem certeza que nã... – Stenio nem consegue terminar a provocação, pois Helô o puxa pelo colarinho e beija-o com urgência.
Os beijos vão ficando cada vez mais fortes e ardentes. O nervosismo some. Ali só existia paixão e desejo. O mundo havia sumido, as preocupações também, dando espaço para a intensidade dos beijos que trocavam. Stenio sabia cada ponto que deixava sua mulher mais entregue, ele adorava vê-la se arrepiar, derreter. Helô tentava se manter firme, não queria perder sua fama de mau, mas nem sempre conseguia. Ela deixa escapa um grande sorriso de satisfação, ele o vê e ri.
H: Tu vê tudo, né? – Ele, ainda sorrindo, confirma. Ela passa por cima dele – A gente não pode descuidar com você, né Stenio? – Dá um sorrisinho safado e a beija.
De repende Creusa aparece na porta, que estava aberta.
C: Donelô! Donelô! Acude que a criança va... IU! – Ao ver os dois namorando, ela se vira de costas e tapa os olhos – Eu não vi nada! – Os dois caem na risada.
S: OÔO... Creusa – Stenio reclama, prendendo o riso. - O que aconteceu agora?
H: Pode virar, Crusita. A gente tá vestido mulher... – ri, corada de vergonha.
C: D. Helô, D. Stenio. Se preparem, pois o Pepeu ligou e disse que não deu para esperar. A menina Drika sentiu as contrações lá no shopping e ele levou ela pro hospital!
Os dois se olham e pulam da cama, eufóricos, e seguem para o hospital...

Drika sentia muita dor. As contrações eram fortes e a dilatação já estava exata para o parto. A garota, mimada do modo que era, reclamava todo instante das dores, do bebê apressado, dos pais que ainda não haviam chegado, do médico que não começava o parto e tudo que lhe passava pela frente. De repende Helô entra na sala de cirurgia.
D: Mãe? Cadê o Pepeu?
H: Filha... – Se emociona ao ver a filha ali, naquelas condições. Logo seria mãe e deixaria de ser sua pequena princesa. – Ele nãoa aguentou ver o sangue da foto da porta...  – Ela ri. – Tu foi arrumar um marido muito mole, além de todo o resto...
D: Não começa mãe... – sente mais dores – O Pepeu ta sendo um ótimo pai. – Helô joga os olhos para cima, rejeitando a informação. – Mãe... – Pega a mão dela. – Que bom que você ta aqui... – Se emociona. – Ninguém melhor que você para dividir esse momento comigo.
H: Drika – Ela chora horrores – Você acaba com a sua mãe desse jeito. – Drika ri do drama da mãe, mas se emociona bastante também.
Após todo o choro, o parto começa. A equipe médica é toda cuidadosa com Drika. Helô tira fotos e apoia a filha, a final ela não havia escolhido um parto normal, aconteceu. Assim que o bebê nasce, Drika sente um grande alívio, acompanhado de uma grande emoção. Helô o toma nos braços e o carrega até a mãe, muito emocionada.
H: Ele é lindo! – O deita sobre a mãe – Parece muito com você, filha. Nem to aCREditando...
D: Mãe... – Chora e ri. – Ele parece muito comigo mesmo! – Lindo, lindo, lindo.
H: É como se o tempo voltasse e você estivesse aqui na minha frente, pequeninha...
A enfermeira chega e diz que tem que levar o bebê. Drika não permite no começo, mas Helô a convence. Todos os procedimentos seguintes passam rapidamente e elas vão para o quarto. Enquanto isso, Stenio e Pepeu babavam no vidro da maternidade. O bebê era realmente lindo, grande e esperto.
P: Parece comigo, não é sogrão?
S: Deus me livre! Ele parece é comigo! Com o vovô aqui, não é meu lindo?
P: Não, comigo.
S: Não viaja moleque... – Helô aparece atrás dos dois.
H: Não viajem vocês! Ele é a cara da Drika. Muito lindo, pequenino de vovó! – Todos brincam no vidro. – Vamos? A Drika já está no quarto.
S: Você deixou ela sozinha, Helô? – Se espanta.
H: Ela está dormindo. E a enfermeira está lá com ela.
Chegando ao quarto, todos comemoram junto a Drika. Alguns minutos depois o bebê chega. Ele vestia um macacão azul com um bordado escrito “Sou do vovô”.  Helô olha para Stenio e aperta os olhos, o mirando, mas logo depois começa a rir. Stenio se empenhava muito em concorrer com Helo, para ver quem mimava mais o neto.
D: Ai pai... só você mesmo...
P: Acho maneiro isso, mas deveria ser papai né? – Rindo para o filho.
H: Não! Vovó! – Imitando a voz de neném.
S: Fui mais rápido! – Faz biquinho para o bebê.
D: Vocês, hein? Tão parecendo um bando de malucos com essas caras... – ela ri.
S: Drika, filha, e o nome?
H: Filha, você disse que iria ser uma surpresa, mas até agora... nada.
D: Ta certo. Vou dizer... É... Tan tan TAM...
H: Fala logo!
D: Pedro.
S e H: Pedro? – Se emocionam sincronizadamente.
D: Sim. Eu me lembro de ter escutado, muito pequena, que vocês queriam ter outro filho e colocariam esse nome. Mas logo depois vocês se separaram e...
P: Não vamos falar disso agora, gata. O Pedrão quer mamar.
H: Filha, que lindo.
S: Obrigada, meu amor. Me deu até vontade de ter outro filho... – Vira para Heloisa. – O que acha, Helosinha?
H: Stenio, tu bebeu. Tá maluco. Já basta essas três crianças para cuidar não?
P: Três?
H: Você, Drika e Pedrinho de vovó. – Todos fazem bico, mas acabam rindo.
Toda felicidade daquele momento se segue durante muito tempo. Aquela criança trouxe muita luz e aproximou ainda mais a família. Drika e Pepeu amadureceram em 9 meses, o que não haviam amadurecido a vida toda. E Helô e Stenio aprenderam a conviver melhor (sem deixar as maravilhosas e prazerosas briguinhas de lado). Agora eram uma família completa. Exalavam harmonia e amor.
Assim que saem da sala, Stenio tenta mais uma vez.
S: Meu amor. Somos uma família tão linda. – Se ajoelha. – Me deixa fazê-la completa também? Casa comigo outra vez? – Lhe mostra um anel – Eu não consigo mais viver sem gritar para o mundo que te amo, que você é minha mulher!
H: Stenio...
S: Por favor... Nós estamos tão bem... Eu quero te ter como esposa, eu te prometo que não vou mais cometer os mesmos erros. Eu te amo muito, eu...
H: Stenio! Pow! Deixa eu responder!
S: Desculpa, me empolguei... - A delegada pega o anel, o coloca no dedo, ajuda o advoga a se levantar e o olha com um leve sorriso no rosto. – Isso foi um sim?
H: Claro, Stenio! – O puxa e morde seu lábio, depois vira-se e segue andando rapidamente em direção a saída.
S: Helô, vai me deixar aqui assim? – Ela vira com um sorriso safado, para e fala baixinho.
H: Já aceitei me casar com você, não vamos comorar? – Corre e ele vai atrás rindo apaixonadamente feliz. Agora tudo estava perfeito e completo!

Rayssa Vasconcelos

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Fanfic Steloisa #10

Os dias se passam lentamente, praticamente se arrastando. Helô cada vez mais mergulhada nas investigações e nas compras. Stenio passava o dia todo em seu escritório e a noite trancado em casa. Todos já haviam percebido o comportamento estranho dos dois, mas não adiantava nem comentar sobre, pois eles sempre recuavam ou mudavam de assunto. Claro, porque doía, e muito, em ambos, e fugir era uma possível solução. Isso começou desde que Helô expulsara Stenio de seu apartamento.
Haroldo, que era acostumado a sair pós expediente com seu fiel companheiro Stenio, estava sentindo falta do amigo sempre empolgado e resolve interferir, mesmo que tenha que levar uma bronca novamente por tocar no “assunto proibido”. Ele entra na sala do sócio, já era noite alta, e já não estranha mais sua presença àquela hora.
Ha: Stenio, cara, não aguento mais de ver assim. Eu sei que você e a Helô estavam bem ,mas...
S: Não, não, não, não Haroldo. Não começa.
H a: Eu vou falar sim. Eu sou seu amigo, você precisa me escutar. E escuta até o final – Stenio bufa, mas, desta vez, resolve escutar o amigo. – Quando vocês se separam, à 10 anos atrás, você logo reagiu. Sei que desta vez é diferente, porém você não pode ficar neste estado. Olha para você! Barba para fazer, cabelo bagunçado... Cadê aqueles espelhos todos que tinham na sua sala?
S: Ah Haroldo. Para quê eu vou me arrumar agora?
H a: Não vem com essa. Mesmo antes de conhecer a delegada, você já era vaidoso. Sempre foi! Vai. Levanta desta cadeira, vamos até seu apartamento. Você precisa reagir. Quer reconquistar a delegada? – Ele concorda com a cabeça e um olhar de “lógico” - se arruma e nós saímos.
S: Mas a Helô vai estar lá?
H a: Não sei. Encontrei a Maitê um dia desses e ela me disse que a delegada não sai mais da delegacia. Não sai mais de casa.
S: Ela ta tendo a vida que sempre desejou, então.
H a: Stenio, só por hoje, não pensa amargo ou tristemente no seu caso com a Helô. Esquece. Ok? Agora vamos! Eu quero ver se a Rosângela vai estar lá- Stenio, agora com um pouco de ânimo segue o plano noturno de Haroldo.
Em casa, enquanto se arruma, Stenio fica alguns minutos encarando-se no espelho. A visão era de um homem derrotado, triste, sem vida. E era como realmente estava, sem sua vida, sem sua Helô. As lembranças veem em sua mente como um tsunami e fazem doer sua cabeça. Ele, agora cabisbaixo segue para o guarda roupa. Pega o terno que a Creusa havia deixado separado e caminha até outro espelho. Neste momento tem um flash back da ultima noite que usou aquela roupa: “Em um restaurante, ele e Heloisa conversam. Ele parece muito preocupado e ela curiosa. Até que ele solta a faísca e ela explode pela besteira que os levaram até ali. Ele só precisava saber se continuava gato. Ela fica furiosa por ser a cobaia da noite e sai do lugar. Na rua eles brigam e até uma viatura aparece para separá-los”. Ele ri nostalgicamente e resolve reagir.  O advogado, então, respira fundo, levanta a cabeça e vai para a festa com o intuito de reconquistá-la.
O desfile ainda não começara. As pessoas estavam chegando animadas e curiosas. Stenio e Haroldo entram e cumprimentam Antonia. Stenio, nervoso, nem disfarça a ansiedade em ver Heloisa. Pergunta logo se a delegada iria aparecer, que horas... Antonia até percebe o extremo interesse do advogado e sorri.
A: Eu mandei o convite, Stenio, mas ela não me respondeu. Nós estamos passando por uns probleminhas. Você sabe como está minha situação. Aqui é só um bico, já que a minha agência teve que fechar, né? – Ela fala preocupada. Stenio tenta tranquilizá-la com palavras positivas e logo depois abraça-a e sai.
Da porta, logo se percebe alguém com muito interesse neste abraço (e não era Carlos, nem Celso). Heloisa chegara, junto à Barros e Ricardo (estavam ali para investigar o envolvimento da empresária com os negócios de Lívia). Ela fica meio desconfortável com o que viu. Ela não sabia que Stenio estaria ali. Barros logo percebe e depois de cumprimentar Antonia, eles conversam acomodados em uma das mesas.
B: A senhora não espera ele por aqui, não é Doutora? – Helô, que estava tentando disfarçar desde a hora que chegara e se surpreende com a percepção do colega.
H: Eu... eu... Não Barros. Mas não é tão tão inimagiNÁvel. A final ele conhece a Antonia. E pelo jeito, conhece cada vez melhor – A ultima parte ele apenas sussurra para que Barros não ouça.
O desfile começa e todos estão encantados. Por coincidência (ou destino) Helô e Stenio estavam nas primeiras filas opostas, um de frente para o outro. De vez em quando os olhares trocados eram inevitáveis e eles estavam cada vez mais nervosos.
Ao término do desfile os policiais terminam as investigações e resolvem sair, mas Helô prefere não ir, inventa uma desculpa que vai conversar mais um pouco com a Antonia e eles se vão. Na verdade a delegada só queria ficar mais um pouco sozinha para viver sua solidão. – OH NÃO, Heloisa! – Helô acaba se lembrando que não estava de carro e agora nem carona tinha mais. Não tinha, pois alguém, que estava passando ao seu lado, escuta sua reclamação e resolve puxar conversa.
S: Oi. – Se enche de coragem e parte para cima
H: OOOi... Stenio. Tudo bem? – Se assusta com o “alguém” que encontra.
S: Sim, caminhando, e você?- A coragem parecia ir embora aos poucos...
H: ÓÓtima – mentira! – Muito trabalho na PF... – disfarça.
S: Que bom... Afinal sempre foi seu sonho, todo este trabalho. – E se foi por completo.
H: Eu senti um tom meio irônico na sua voz, Stenio. – Ela começa a briga – O que é que você tá querendo dizer com isso? Fala.
S: Nada Helô. Deixa de ser assim, tão tão... – Resolve arriscar até o ultimo fio de coragem que tinha.
H: Tão tão o que? – Fica com um pé atrás.
S: Tão Helô! – Ele a faz rir – Cadê os outros policiais?
H: Já se foram – Agora o clima estava mais sereno.
S: Você tá de carro? Não... Imagina – Ele pensa em desistir de tudo – Imagina se você vai aceitar minha carona, ou sei lá...
H: Não! – Fala firme, alto e com vontade de ir com ele. – Eu não estou de carro. E acho que até posso aceitar a sua carona. – Ele sorri estonteantemente e ela gosta do que vê. – A final eu não vi nenhum taxi e todos já foram embora... – Ela sorri também.
O caminho até a casa da Delegada nunca foi tão longo para aqueles dois. Palavras não eram mais trocadas e isso incomodava-os, mas permaneciam assim. De tempos em tempos se ouviam suspiros e olhares discretos se encontravam. Mas nada mais que isso.
Chegam, enfim. Helô agradece a carona e pede desculpas pelo incomodo. Stenio, ama ser prestativo (ainda mais para sua amada) e fala que não há problema nenhum, mas ela insistia. Para ela, estar ali, conversar com ele (nem que seja na enrolação de um pedido de desculpas desnecessário era maravilhoso). Ela fica meio sem jeito ao sair. Não sabia se dava um beijo em seu rosto, se apenas um abraço bastaria, ou o nada. E foi este o escolhido, o nada.
H: Bom, obrigada e desculpa de novo. – Vai abrindo a porta do carro – Agora eu já vou. Boa... – Tenta sair do carro, mas sente ser puxada pelo braço. – O que foi, Stenio? – Eles passam alguns segundos apenas se olhando, tentando decifrar o que passava na mente um do outro.
S: Eu só queria de dar um beijo – Ele se aproxima dela, ela se arrepia, ele faz que vai na boca, porém dá um beijo carinhoso na bochecha . – Ele sorri feliz e ela retribui o sorriso, nervosa.
Helô fica com medo. Sempre acontecia. Heloisa constantemente se sentia insegura, principalmente perto de Stenio, não estava acostumada a expressar seus sentimentos e, muitas vezes, nem gostava. Ela se apressa e sai do carro. Ao chegar à portaria ela se vira. Stenio ainda a olhava do carro, ela sorri para ele e acena. Como uma jovem que acabara de se apaixonar, ela entra no elevador e fica cantarolando. Já em casa é recebida pela cupido, quer dizer, empregada.
C: Que sorriso bonito, D. Helô. Aconteceu alguma coisa? – A patroa nem percebe a presença de Creusa e continua em seus pensamentos românticos. – D. Helô!
H: Que susto, Mulé. O que foi? – Creusa repete a pergunta – Que Mané sorriso? E eu to com sorriso bonito nenhum? Não aconteceu nada – Mente. Mas Creusa não fica satisfeita, queria muito saber o que acontecera.
C: Ah é? Quem veio lhe trazer? Foi o seu policia foi? – Investiga - Eu to vendo um carro ainda lá embaixo... Tá lhe esperando voltar é? – Helô não acredita no que houve.
H: Carro? Lá embaixo? Ele ainda tá La? INACRÊ – Corri para a janela e comprova o que foi dito por Creusa era verdade. Stenio estava lá, ao lado do carro, segurando uma rosa, com um sorriso puramente apaixonado. – O que você tá fazendo aí? – Ela grita.
S: Quê? – Ela Repete - Eu resolvi que não vou desistir de você – Ele grita também – Eu te amo!!
H:Quê? – Ele grita cada vez mais alto - Você é louco!
Os vizinhos de Helô aparecem nas janelas do prédio e reclamam do barulho àquela hora da madrugada. Ela gargalha e fica constrangida.
H: Sai daí, Stenio!
S: Como?
H: Sai daí!
S:Não! Eu sou louco por você! – Abre os braços – Eu sou completamente louco e apaixonado por você! Volta para mim?! Eu te amo! – Se ajoelha – Volta, Helô!?
Vizinhos: Aceita logo moça, eu quero dormir!
H: Não consigo te escutar direito – Mentira! Ela só queria que ele subisse. Ela ri bastante.
S: Que? Vem até aqui! – Na verdade ele queria leva-la para longe, onde os dois pudessem ficar a sós e esquecer o resto do mundo.
Stenio resolve subir, só que no mesmo instante Helô tem a mesma ideia (só que de descer). Cada um pega um elevador e “invertem posições”. Chegando ao apartamento de Helô, Creusa fala, rindo, para ele dar uma olhada pela janela. Ele olha e gargalha. Helô estava lá, com uma cara de delegada brava, mas que ria de se acabar.
H: O que você está fazendo aí, homem? – Com as mãos na cintura
S: Eu subi para te ver! Por que você desceu? Eu vou ai. – E sai.
H: Quê? Não pera! Eu vou até ai.
Iiiiiii ... Os dois novamente não se encontram e Helô se inrrita.
H: Ô meu querido, você tá de brincadeira né? – Fala da sacada de seu apê
V: Vocês podem parar com essa palhaçada aí embaixo?
S: ô, você fica quieta aí, que eu estou tentando reconquistar minha esposa.
V: Fica quieto você! Eu quero dormir!
H: Esposa? Eu não ouvi direito, né? Você está Literalmente fora da casinha. – Eles riem e decidem se encontrar, ou tentar.
Mas desta vez eles ganham um reforço. Creusa liga para o porteiro e manda ele segurar o elevador, não deixar ninguém entrar. Neste momento Helô já está descendo. Stenio briga com o porteiro para subir, mas é impedido. Ele não entende e insiste, até que tem uma visão maravilhosa. As portas do elevador ao lado abrem e Helô sai completamente alterada.
H: Eu não to aCREditando nisso... Stenio! – Esbarra, com o ex, que estava fugindo do porteiro. – Finalmente, vamos conversar civilizadamente no lugar certo? – Ele concorda com a cabeça e entra no elevador.
O apartamento de Helô era no 10º andar e dava muito tempo para conversar. Sozinhos... Num lugar pequeno... Uma bossa nova ao fundo... Tudo parecia propício para um momento romântico que tanto estavam imaginando naquele momento. Mas apenas existia o silêncio. Stenio percebe que a respiração de sua amada estava altera, logo o pulso também.
S: Está nervosa?
H: Nãão. Por que estaria? – Disfarça muito mal. – Afinal acho que não tenho motivos... Afinal nós estamos subindo apenas para conversar... Afinal somos separados... Afinal não aconteceu nada de...
S: AFINAL EU TE AMO! – Ele a puxa pela cintura e tasca-lhe um beijão. Intenso, forte, cheio de amor, carinho e desejo. Os beijos vão ficando cada vez mais quentes e eles esquecem onde estão. De repente o elevador para no 8º andar e uma menininha presencia a cena. Ela fica de boca aberta e eles desconcertados. A delegada se assusta e vira de costas, com muita vergonha, tapando os olhos com as mãos
S: Desculpe garotinha, mas este elevador tá ocupado. Pega o outro, tá? – Ele fecha a porta e solta uma gargalha, se aproximando novamente.
Assim que o elevador abre Helô sai correndo, passa por Creusa sorrindo e vai para seu quarto. Stenio passa logo em seguida.
S: Creusinha, vamos conversar lá no quarto mesmo. Boa noite – Dá um beijo na bochecha dela e segue Helô.
C: Conversa... Sei... Pois sim... Boa noite! – Comemora e se retira.

A noite fica cada vez mais linda, romântica, quente. Eles se divertem e satisfazem-se. A cada toque, cada beijo, cada palavra trocada um novo arrepio, um novo prazer. Ambos se sentiam novamente felizes e completos. A vida só tinha sentido se estivessem juntos. Pois nem o trabalho dos sonhos poderia ser mais satisfatório quanto estar ali, nos braços de seu amor. A noite logo se passa, mas eles não param de se amar... Se amaram de manhã, de tarde, de noite, o dia inteiro, a vida inteira, e isso ninguém nunca poderá duvidar ou esquecer, nem mesmo eles.

Rayssa Vasconcelos