quarta-feira, 12 de junho de 2013

Fanfic Steloisa #05 - Parte 4

Seus olhos se encontram, suas bocas secam, seus corações batem mais fortes, o sorriso se esconde no canto da boca, as mãos começam a suar, o friozinho na barriga aparece, as pernas amolecem, se aproximam mais um pouco, e... e... e Helô volta com a delegada para melar tudo!
H: O que você quer na minha porta?! – Empina o nariz, tentando disfarçar toda o desejo.
S: E o que você ia fazer na minha? – Sorri com malícia.
H: E quem disse que eu estava indo pro seu quarto? – mente – Eu ES-es-estava indo para a cozinha.
S: Mentira... – Fica milímetros de sua boca, deixando louca. – Você não estava indo para a cozinha, estava vindo para mim, pros meus braços...
H: Tá maluco, Stenio? – Pousa sua mão sobre o peito dele e dá alguns passos para trás. – Você se acha, né meu quiriiido? – Agora anda até a penteadeira, fazendo o coque. – Eu já te mandei vazar, não foi não?
S: Sim. – Fecha a porta atrás de si. – Mas você disse que AMANHÃ conversaríamos e... – Vai andando até ela.
H: E? E? – Cara de desgostosa.
S: E... que hoje já é amanhã. – Aponta para o relógio. – É mais de meia noite. – Fala próximo ao seu ouvido.
H: Tá certo, Stenio. – Fecha os olhos, procurando algo que lhe deixasse controlada. – Você quer assim, conversar com a cabeça ainda quente (era só a cabeça ou o ambiente também estava ficando? Kkkk), então vamos lá! – Bate na coxa e logo cruza os braços, posição de delegada durona. – Me explica, então, aquela palhaçada lá dá praia, porque eu ainda não entendi o motivo de você estar rolando na areia com aquela loira de farmácia.
S: Não. Não vamos começar por ai. Vamos começar pelo inicio mesmo. – Ela lhe pergunta, com gestos, onde seria esse inicio? – Seu sumiço no mar! – Ela cai na gargalhada. – Qual é a graça, Heloisa? Você desapareceu e eu fiquei muito preocupado.
H: Ficou... ficou... Eu vi a sua preocupação, se jogando todo para cima da primeira que te apareceu pela frente.
S: Não é verdade...
H: Claro que é, Stenio. – Coloca as mãos na cintura, autoritária. – Stenio, você encontrou uma SALVA-VIDAS e não pediu ajuda a ela! Como!? Salva-vidas, meu querido!! – Gesticulava, gritava, abria a boca ao máximo para deixar sua frase o mais clara e correta possível.
S: Mas eu tentei, Helô.
H: Sim, eu vi, você “Tentando” lá na areia – Usa os dedos para por as aspas.
S: Foi uma onde que nos levou até... Espera – A olha com desconfiança. – Você estava vendo tudo?
H: Claro... Que eu tava. Rá! – Sarcasticamente – Você é um bobo, eu tava bem atrás de você e você não me via... INACRE
S: Helô, por que você fez isso comigo? Fiquei muito preocupado, me senti até culpado, sabia?
H: E era pra sentir mesmo. Afinal, segundos depois estava atracado com aquela lá. – Helô fica vermelha de raiva e ciúmes cada vez que se lembra da cena. – Que ódio daquela... – Stenio sorri, se aproxima mais dela, deixando-a encurralada entre a cadeira e ele.
S: Ciúmes, delegada? – A alisa os cabelos
H: Claro que não, meu quiiirido – “Claro que sim!!!”, gritava por dentro – Sou mais eu! – Faz biquinho, Stenio se aproveita então para roubar-lhe um selinho. – Sai pra lá, Stenio.- O empurrando e seguindo para o lado da cama. – Não quero papo contigo.
S: O que eu fiz agora? Já não te expliquei? Você viu que eu não fiz nada demais. Alem do que... – Caminha em sua direção, deixando-a nervosa novamente. – Doutora delegada, a senhora não deixou a Carmem me fazer a respiração boca a boca. – Para na sua frente.
H: Não, não deixei mesmo. – Fala séria. – Mas você me magoou Stenio. – Vira-se de costas para ele. – Me magoou e me fez repensar algumas coisas...
Stenio sente medo. Um medo que lhe invade por dentro. Sabia que, da mesma forma que a primeira separação partiu de um erro seu e de uma decisão dela, a segunda poderia ser assim, porém ele não saberia mais viver sem ela, 10 anos já foram penitenciais demais para ele. Inspira devagar e traz as mãos até o rosto, com o intuito de retirar os pensamentos ruins, lembranças ruins, os medos...
S: Helô... – Pensa em toca-la, mas talvez ela não gostasse naquela hora, resolve esperar mais um pouco. – Me diz, meu amor, o que eu fiz que te magoou tanto? Fala pra mim...
H: Você... – Helô se vira com toda vontade de por para fora o que lhe magoava, mas assim que vê Stenio tão próximo dela, muda – É... É....
S: Fala. – Toca seu rosto com as pontas dos dedos. – Eu vou entender e tentar me redimir, juro. – Seu olhar era terno, puro e carinhoso. Não tinha olhos azuis como o mar, mas a vontade que ela tinha era de mergulhar neles. – Fala, meu amor, diz pra mim. – Tirando-a do transe.
H: Aquela mulher, cheia de direitos e se jogando pro seu lado. – Sai dele. – E você adorando... – Gesticula. – Depois ela ainda veio com um ar superior, me perguntar e TE perguntar, que seria eu? E você... – Crusa os braços e se vira, não querendo mostrar seu aspecto de puro ciúme. – Você nem ao menos disse a ela que eu era sua mulher, sua esposa. – Vira-se, com olhos marejados, inundados de raiva,medo,ciúme,dor e paixão... Quanta paixão sentia por ele, somente por ele...
S: Helô, meu amor, minha vida, me desculpa. Sério, me desculpa. – Corre até ela e lhe segura as mãos, com o rosto coberto de aflição. – Eu fiquei tão desnorteado... Você havia sumido, então veio aquela onda, eu apaguei, depois a Carmem vinha me beijar, depois vocês brigara, ai você me acusava e eu só conseguia pensar que você estava ali na minha frente e viva! Linda como sempre, irritadinha e cheia de ciúmes como tanto amo, molhada e corada tão sensual... – Morde o lábio inferior. – Não consegui pensar em mais nada, a não ser de fazer crer que tudo não passava de uma grande confusão, um engano.
H: É, foi um engano. – Ele consente com a cabeça repetidamente, até que ela continua – Eu fui a enganada da vez novamente! – Ele bufa e a pega pelos braços. Segurava dos dois lados, ela se encolhia e o olhava assustada, paralisada.
S: Entenda de uma vez por todas, EU TE AMO – Fala devagar. – E só, SOMENTE, você! – Ela tenta não olha-lo nos olhos. – Se eu quisesse qualquer outra mulher, eu não estava aqui!!! – Fala firme e até um pouco exaltado. – Lutando por você todos os dias, mesmo depois de 10 anos separados. Se eu não te amasse, não te quisesse junto a mim, não insistiria mais este ano que passamos juntos! – Estava nervoso, ofegante até. – HELOISA, OLHA PARA MIM! – Grita.
Não demora e ela obedece, fazendo com que seus olhos se encontrassem, se conectassem, penetrassem um no outro, mesmo estando relativamente distantes podiam sentir a calor que exalava de seus corpos, a vontade de se tocarem, o desejo de se amarem... Apenas com aquelas trocas de olhares.  Stenio escutara uma vez que os olhos eram o espelho da alma porque refletem diretamente o processo de energia do corpo, concordava em grau e gênero, em mente e coração, era tudo que desejavam naquele momento. Ambos queriam esquecer aquela confusão, aliás, depois daqueles olhares, daquela conexão, de saírem totalmente deste mundo, ignorando tudo ao seu redor, eles já não lembravam mais de nada, ninguém....
Passos ligeiros, sucessivos, fortes, contínuos,agudos,incessantes, diretos... Se encontram, enfim. (Respiram) Colaram seus corpos, fundiram-se transformando seus sentidos, respiração, pensamentos, batimentos, desejos, vontades, delírios... tudo em um só. Apenas um. Logo estavam na cama, um sobre o outro, ou o outro sobre um, não dava para distinguir. Se amaram urgentemente, transpiravam amor e luxúria. Mãos e bocas traçavam caminhos talvez nunca traçados antes. O cheiro de cobiça espalhava-se pelo quarto e só resultava em mais sede de se amar freneticamente. Um, duas, três horas intensas se passam, mas eles nem percebem. Até que em um ultimo mix de suspiro,gemido,contorcionismo amante, eles se exaustam e se deitam ombro a ombro.
Ainda ofegantes, com um sorriso de prazer no rosto, voltam a se olhar. Passam minutos conversando daquela forma, até que as mãos começam a intervir no diálogo. Sobem se arrastando entre os corpos nus e se encontram, próximas aos rostos. Entrelaçam seus dedos e quebram o silencio da noite.
S: Dia dos namorados... – Fala suave, sereno.
H: Meu eterno namorado. – Sorri
S: Minha, somente minha... – Sussura.
H: Nossas botas de papel.
S: De papel?
H: Um ano juntos... Bodas de papel. – Explica se balançando.
S: E se a gente comemora-se então? – Riem, trocam olhares e caricias e param. Dão espaço para algumas juras, alguns sorrisos, alguns olhares cheios de dizeres. E logo voltam à festejar. Se tocam, se beijam, se abraçam, se permitem, se unem novamente... como só eles podem se unir...

FIM


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