segunda-feira, 1 de julho de 2013

Fanfic Steloisa #10

Os dias se passam lentamente, praticamente se arrastando. Helô cada vez mais mergulhada nas investigações e nas compras. Stenio passava o dia todo em seu escritório e a noite trancado em casa. Todos já haviam percebido o comportamento estranho dos dois, mas não adiantava nem comentar sobre, pois eles sempre recuavam ou mudavam de assunto. Claro, porque doía, e muito, em ambos, e fugir era uma possível solução. Isso começou desde que Helô expulsara Stenio de seu apartamento.
Haroldo, que era acostumado a sair pós expediente com seu fiel companheiro Stenio, estava sentindo falta do amigo sempre empolgado e resolve interferir, mesmo que tenha que levar uma bronca novamente por tocar no “assunto proibido”. Ele entra na sala do sócio, já era noite alta, e já não estranha mais sua presença àquela hora.
Ha: Stenio, cara, não aguento mais de ver assim. Eu sei que você e a Helô estavam bem ,mas...
S: Não, não, não, não Haroldo. Não começa.
H a: Eu vou falar sim. Eu sou seu amigo, você precisa me escutar. E escuta até o final – Stenio bufa, mas, desta vez, resolve escutar o amigo. – Quando vocês se separam, à 10 anos atrás, você logo reagiu. Sei que desta vez é diferente, porém você não pode ficar neste estado. Olha para você! Barba para fazer, cabelo bagunçado... Cadê aqueles espelhos todos que tinham na sua sala?
S: Ah Haroldo. Para quê eu vou me arrumar agora?
H a: Não vem com essa. Mesmo antes de conhecer a delegada, você já era vaidoso. Sempre foi! Vai. Levanta desta cadeira, vamos até seu apartamento. Você precisa reagir. Quer reconquistar a delegada? – Ele concorda com a cabeça e um olhar de “lógico” - se arruma e nós saímos.
S: Mas a Helô vai estar lá?
H a: Não sei. Encontrei a Maitê um dia desses e ela me disse que a delegada não sai mais da delegacia. Não sai mais de casa.
S: Ela ta tendo a vida que sempre desejou, então.
H a: Stenio, só por hoje, não pensa amargo ou tristemente no seu caso com a Helô. Esquece. Ok? Agora vamos! Eu quero ver se a Rosângela vai estar lá- Stenio, agora com um pouco de ânimo segue o plano noturno de Haroldo.
Em casa, enquanto se arruma, Stenio fica alguns minutos encarando-se no espelho. A visão era de um homem derrotado, triste, sem vida. E era como realmente estava, sem sua vida, sem sua Helô. As lembranças veem em sua mente como um tsunami e fazem doer sua cabeça. Ele, agora cabisbaixo segue para o guarda roupa. Pega o terno que a Creusa havia deixado separado e caminha até outro espelho. Neste momento tem um flash back da ultima noite que usou aquela roupa: “Em um restaurante, ele e Heloisa conversam. Ele parece muito preocupado e ela curiosa. Até que ele solta a faísca e ela explode pela besteira que os levaram até ali. Ele só precisava saber se continuava gato. Ela fica furiosa por ser a cobaia da noite e sai do lugar. Na rua eles brigam e até uma viatura aparece para separá-los”. Ele ri nostalgicamente e resolve reagir.  O advogado, então, respira fundo, levanta a cabeça e vai para a festa com o intuito de reconquistá-la.
O desfile ainda não começara. As pessoas estavam chegando animadas e curiosas. Stenio e Haroldo entram e cumprimentam Antonia. Stenio, nervoso, nem disfarça a ansiedade em ver Heloisa. Pergunta logo se a delegada iria aparecer, que horas... Antonia até percebe o extremo interesse do advogado e sorri.
A: Eu mandei o convite, Stenio, mas ela não me respondeu. Nós estamos passando por uns probleminhas. Você sabe como está minha situação. Aqui é só um bico, já que a minha agência teve que fechar, né? – Ela fala preocupada. Stenio tenta tranquilizá-la com palavras positivas e logo depois abraça-a e sai.
Da porta, logo se percebe alguém com muito interesse neste abraço (e não era Carlos, nem Celso). Heloisa chegara, junto à Barros e Ricardo (estavam ali para investigar o envolvimento da empresária com os negócios de Lívia). Ela fica meio desconfortável com o que viu. Ela não sabia que Stenio estaria ali. Barros logo percebe e depois de cumprimentar Antonia, eles conversam acomodados em uma das mesas.
B: A senhora não espera ele por aqui, não é Doutora? – Helô, que estava tentando disfarçar desde a hora que chegara e se surpreende com a percepção do colega.
H: Eu... eu... Não Barros. Mas não é tão tão inimagiNÁvel. A final ele conhece a Antonia. E pelo jeito, conhece cada vez melhor – A ultima parte ele apenas sussurra para que Barros não ouça.
O desfile começa e todos estão encantados. Por coincidência (ou destino) Helô e Stenio estavam nas primeiras filas opostas, um de frente para o outro. De vez em quando os olhares trocados eram inevitáveis e eles estavam cada vez mais nervosos.
Ao término do desfile os policiais terminam as investigações e resolvem sair, mas Helô prefere não ir, inventa uma desculpa que vai conversar mais um pouco com a Antonia e eles se vão. Na verdade a delegada só queria ficar mais um pouco sozinha para viver sua solidão. – OH NÃO, Heloisa! – Helô acaba se lembrando que não estava de carro e agora nem carona tinha mais. Não tinha, pois alguém, que estava passando ao seu lado, escuta sua reclamação e resolve puxar conversa.
S: Oi. – Se enche de coragem e parte para cima
H: OOOi... Stenio. Tudo bem? – Se assusta com o “alguém” que encontra.
S: Sim, caminhando, e você?- A coragem parecia ir embora aos poucos...
H: ÓÓtima – mentira! – Muito trabalho na PF... – disfarça.
S: Que bom... Afinal sempre foi seu sonho, todo este trabalho. – E se foi por completo.
H: Eu senti um tom meio irônico na sua voz, Stenio. – Ela começa a briga – O que é que você tá querendo dizer com isso? Fala.
S: Nada Helô. Deixa de ser assim, tão tão... – Resolve arriscar até o ultimo fio de coragem que tinha.
H: Tão tão o que? – Fica com um pé atrás.
S: Tão Helô! – Ele a faz rir – Cadê os outros policiais?
H: Já se foram – Agora o clima estava mais sereno.
S: Você tá de carro? Não... Imagina – Ele pensa em desistir de tudo – Imagina se você vai aceitar minha carona, ou sei lá...
H: Não! – Fala firme, alto e com vontade de ir com ele. – Eu não estou de carro. E acho que até posso aceitar a sua carona. – Ele sorri estonteantemente e ela gosta do que vê. – A final eu não vi nenhum taxi e todos já foram embora... – Ela sorri também.
O caminho até a casa da Delegada nunca foi tão longo para aqueles dois. Palavras não eram mais trocadas e isso incomodava-os, mas permaneciam assim. De tempos em tempos se ouviam suspiros e olhares discretos se encontravam. Mas nada mais que isso.
Chegam, enfim. Helô agradece a carona e pede desculpas pelo incomodo. Stenio, ama ser prestativo (ainda mais para sua amada) e fala que não há problema nenhum, mas ela insistia. Para ela, estar ali, conversar com ele (nem que seja na enrolação de um pedido de desculpas desnecessário era maravilhoso). Ela fica meio sem jeito ao sair. Não sabia se dava um beijo em seu rosto, se apenas um abraço bastaria, ou o nada. E foi este o escolhido, o nada.
H: Bom, obrigada e desculpa de novo. – Vai abrindo a porta do carro – Agora eu já vou. Boa... – Tenta sair do carro, mas sente ser puxada pelo braço. – O que foi, Stenio? – Eles passam alguns segundos apenas se olhando, tentando decifrar o que passava na mente um do outro.
S: Eu só queria de dar um beijo – Ele se aproxima dela, ela se arrepia, ele faz que vai na boca, porém dá um beijo carinhoso na bochecha . – Ele sorri feliz e ela retribui o sorriso, nervosa.
Helô fica com medo. Sempre acontecia. Heloisa constantemente se sentia insegura, principalmente perto de Stenio, não estava acostumada a expressar seus sentimentos e, muitas vezes, nem gostava. Ela se apressa e sai do carro. Ao chegar à portaria ela se vira. Stenio ainda a olhava do carro, ela sorri para ele e acena. Como uma jovem que acabara de se apaixonar, ela entra no elevador e fica cantarolando. Já em casa é recebida pela cupido, quer dizer, empregada.
C: Que sorriso bonito, D. Helô. Aconteceu alguma coisa? – A patroa nem percebe a presença de Creusa e continua em seus pensamentos românticos. – D. Helô!
H: Que susto, Mulé. O que foi? – Creusa repete a pergunta – Que Mané sorriso? E eu to com sorriso bonito nenhum? Não aconteceu nada – Mente. Mas Creusa não fica satisfeita, queria muito saber o que acontecera.
C: Ah é? Quem veio lhe trazer? Foi o seu policia foi? – Investiga - Eu to vendo um carro ainda lá embaixo... Tá lhe esperando voltar é? – Helô não acredita no que houve.
H: Carro? Lá embaixo? Ele ainda tá La? INACRÊ – Corri para a janela e comprova o que foi dito por Creusa era verdade. Stenio estava lá, ao lado do carro, segurando uma rosa, com um sorriso puramente apaixonado. – O que você tá fazendo aí? – Ela grita.
S: Quê? – Ela Repete - Eu resolvi que não vou desistir de você – Ele grita também – Eu te amo!!
H:Quê? – Ele grita cada vez mais alto - Você é louco!
Os vizinhos de Helô aparecem nas janelas do prédio e reclamam do barulho àquela hora da madrugada. Ela gargalha e fica constrangida.
H: Sai daí, Stenio!
S: Como?
H: Sai daí!
S:Não! Eu sou louco por você! – Abre os braços – Eu sou completamente louco e apaixonado por você! Volta para mim?! Eu te amo! – Se ajoelha – Volta, Helô!?
Vizinhos: Aceita logo moça, eu quero dormir!
H: Não consigo te escutar direito – Mentira! Ela só queria que ele subisse. Ela ri bastante.
S: Que? Vem até aqui! – Na verdade ele queria leva-la para longe, onde os dois pudessem ficar a sós e esquecer o resto do mundo.
Stenio resolve subir, só que no mesmo instante Helô tem a mesma ideia (só que de descer). Cada um pega um elevador e “invertem posições”. Chegando ao apartamento de Helô, Creusa fala, rindo, para ele dar uma olhada pela janela. Ele olha e gargalha. Helô estava lá, com uma cara de delegada brava, mas que ria de se acabar.
H: O que você está fazendo aí, homem? – Com as mãos na cintura
S: Eu subi para te ver! Por que você desceu? Eu vou ai. – E sai.
H: Quê? Não pera! Eu vou até ai.
Iiiiiii ... Os dois novamente não se encontram e Helô se inrrita.
H: Ô meu querido, você tá de brincadeira né? – Fala da sacada de seu apê
V: Vocês podem parar com essa palhaçada aí embaixo?
S: ô, você fica quieta aí, que eu estou tentando reconquistar minha esposa.
V: Fica quieto você! Eu quero dormir!
H: Esposa? Eu não ouvi direito, né? Você está Literalmente fora da casinha. – Eles riem e decidem se encontrar, ou tentar.
Mas desta vez eles ganham um reforço. Creusa liga para o porteiro e manda ele segurar o elevador, não deixar ninguém entrar. Neste momento Helô já está descendo. Stenio briga com o porteiro para subir, mas é impedido. Ele não entende e insiste, até que tem uma visão maravilhosa. As portas do elevador ao lado abrem e Helô sai completamente alterada.
H: Eu não to aCREditando nisso... Stenio! – Esbarra, com o ex, que estava fugindo do porteiro. – Finalmente, vamos conversar civilizadamente no lugar certo? – Ele concorda com a cabeça e entra no elevador.
O apartamento de Helô era no 10º andar e dava muito tempo para conversar. Sozinhos... Num lugar pequeno... Uma bossa nova ao fundo... Tudo parecia propício para um momento romântico que tanto estavam imaginando naquele momento. Mas apenas existia o silêncio. Stenio percebe que a respiração de sua amada estava altera, logo o pulso também.
S: Está nervosa?
H: Nãão. Por que estaria? – Disfarça muito mal. – Afinal acho que não tenho motivos... Afinal nós estamos subindo apenas para conversar... Afinal somos separados... Afinal não aconteceu nada de...
S: AFINAL EU TE AMO! – Ele a puxa pela cintura e tasca-lhe um beijão. Intenso, forte, cheio de amor, carinho e desejo. Os beijos vão ficando cada vez mais quentes e eles esquecem onde estão. De repente o elevador para no 8º andar e uma menininha presencia a cena. Ela fica de boca aberta e eles desconcertados. A delegada se assusta e vira de costas, com muita vergonha, tapando os olhos com as mãos
S: Desculpe garotinha, mas este elevador tá ocupado. Pega o outro, tá? – Ele fecha a porta e solta uma gargalha, se aproximando novamente.
Assim que o elevador abre Helô sai correndo, passa por Creusa sorrindo e vai para seu quarto. Stenio passa logo em seguida.
S: Creusinha, vamos conversar lá no quarto mesmo. Boa noite – Dá um beijo na bochecha dela e segue Helô.
C: Conversa... Sei... Pois sim... Boa noite! – Comemora e se retira.

A noite fica cada vez mais linda, romântica, quente. Eles se divertem e satisfazem-se. A cada toque, cada beijo, cada palavra trocada um novo arrepio, um novo prazer. Ambos se sentiam novamente felizes e completos. A vida só tinha sentido se estivessem juntos. Pois nem o trabalho dos sonhos poderia ser mais satisfatório quanto estar ali, nos braços de seu amor. A noite logo se passa, mas eles não param de se amar... Se amaram de manhã, de tarde, de noite, o dia inteiro, a vida inteira, e isso ninguém nunca poderá duvidar ou esquecer, nem mesmo eles.

Rayssa Vasconcelos

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